
Todo o tempo que passou
Não foi suficiente para me levantar
Para juntar os pedaços e recomeçar
Quanto tempo ainda vai levar?
Estive pensando em desaparecer
Mas a grande barreira do vazio me fez lembrar que não tenho lugar para ir
E agora? Estou diante de mim mesmo, como se eu estivesse em frente a um espelho
Confesso que tenho medo de me conhecer
Não sei dos meus medos, gostos, direções...
Deu muita vontade de gritar
Ainda tenho vontade de gritar até minha voz sumir...
Sumir pelo excesso, sumir no meu vazio e, sem direito a eco...
Mas o meu grito não ultrapassa minhas cordas vocais...
Ficou sufocado em minha caixa de cristal, que é a minha mente
Onde meu espírito tem sido mantido encarcerado, encurralado, amordaçado...
Tentativas frustradas de minha libertação me levam a crer que não existe saída
Pode ser que um dia existiu
Porém acho que foram desfeitas uma a uma pelos grandes vilões:
A mentira e a verdade
A mentira por me iludir e a verdade por destruir a ilusão.
Ainda arde, como pele em brasa, o ultimo golpe aplicado
O que me mantém vivo é a esperança de fechar os olhos e quando reabri-los
Ver que foi só um momento de quase loucura
Tenho esperança de que chegue um resgate
Mas como ser encontrado em meio ao meu grande vazio?
O vazio é apavorante...
Se pelo menos eu conseguisse ver algo, alguém...
Vejo apenas escuro, mais nada...
